REALISMO E NATURALISMO - FUNDAMENTOS TEÓRICOS

 👁Recuperação de 1 bimestre

Você ficou em recuperação? 

Clica👉Sobre a recuperação

Clica aqui👉Tudo sobre o 2 bimestre

REALISMO em PDF


Clica👉REALISMO PDF



 

Realismo e Naturalismo

Qual a diferença entre Realismo e Naturalismo?

    O Realismo é uma vertente literária que se concentra em retratar a vida e o dia-a-dia da pessoa comum. Enquanto isso, apesar do naturalismo também retratar a vida dos indivíduos, coloca um aspecto científico à peça literária, dando mais ênfase nas influências da vida humana.O Realismo lidava com assuntos que descreviam o cotidiano das pessoas comuns, sendo uma espécie de relato dos acontecimentos cotidianos das classes média e baixa da sociedade.Por outro lado, o naturalismo se concentrava em tópicos mais sombrios que envolviam a vida do homem comum. Esses tópicos incluíam prostituição, violência, corrupção, vício e outros tópicos.

Realismo

Naturalismo

Definição

O realismo é um movimento literário caracterizado pela representação da vida real.

O naturalismo é a consequência do realismo literário, influenciado por teorias científicas.

Características

  • Representação verdadeira e objetiva;
  • Narrativa lenta;
  • Linguagem direta;
  • Crítica às instituições sociais.
  • Verdadeiro, objetivo e científico;
  • Linguagem simples;
  • Impessoalidade;
  • Uso de regionalismo.

Abordagem

Retrata o dia-a dia-de pessoas comum.

O naturalismo retratou como o ambiente, a hereditariedade e as condições sociais controlam o ser humano.

Temas

Romances realistas usam temas como sociedade, classe social, etc.

Romances naturalistas usam temas como violência, pobreza, corrupção, prostituição

Retrato Social

Geralmente escreve sobre famílias de classe média ou pessoas comuns.

Geralmente focado em sujeitos de classes mais baixas.

Primeira obra

Madame Bovary (1857), de Gustave Faubert.

Thérèse Raquin (1867), de Émilie Zola.

Principais autores e obras no Brasil

Machado de Assis (Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro) e Raul Pompeia (O Ateneu).

Aluísio Azevedo (O Mulato, O Cortiço) e Adolfo Ferreira Caminha (A Normalista).

 

 

Definição e características do Realismo

   O Realismo como movimento literário surgiu na França em 1848 e depois se espalhou pela Europa e pelo resto do mundo. Foi visto como uma tentativa de descrever as vidas das classes baixa e média, como uma reação ao Romantismo, que” focava” histórias de realeza, sentimentalismo,figura de herói, escravagismo entre outros.

   Apresentando histórias da classe trabalhadora, o realismo rompeu com o estilo tradicional. Não havia heróis românticos ou divindades fascinantes, apenas histórias sobre pessoas comuns com as quais as massas poderiam facilmente se identificar.

   Suas obras não empregam convenções artísticas ou eventos improváveis e sobrenaturais. Autores realistas contam histórias sobre experiências cotidianas de pessoas comuns de forma direta e objetiva. Entre suas principais características estão o objetivismo, a narrativa lenta, uso de linguagem direta e adjetivos realistas.

  A partir da segunda metade do século 20, as concepções estéticas que nortearam o ideário romântico começaram a perder espaço. Uma nova tendência, baseada na trama psicológica e em personagens inspirados na realidade, toma conta da literatura ocidental. Estava inaugurado o Realismo-Naturalismo.

No Brasil, essa passagem ocorre em 1881, com a publicação de Memória Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1839-1908), e de O Mulato, de Aluísio Azevedo (1857-1913). Enquanto o livro de Machado apresenta acentuado viés realista, o de Aluísio é claramente naturalista.


O Realismo brasileiro é completamente diferente do europeu. A obra de seu principal autor, Machado de Assis, escapa de qualquer tentativa de classificação esquemática.

Na fase madura, Machado produz uma literatura essencialmente problematizadora. Com minuciosa investigação psicológica, ele indaga a existência humana. Ele ainda substitui o determinismo biológico por acentuado pessimismo existencialista e discute temas como a relatividade da loucura e a exploração do homem pelo próprio homem.

A intertextualidade e a metalinguagem marcam o estilo de Machado. O uso da linguagem poética, do jogo proposital de ambigüidades, da recuperação de lugares comuns e do microrrealismo psicológico também são características fundamentais da obra machadiana. Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires são alguns romances do autor.

 

Definição e características do Naturalismo

O Naturalismo foi tipo uma “evolução” do Realismo, um viés, uma ramificação, uma leitura diferente do que seria o propósito realista, que se tornou popular durante a década de 1880. Nele, foi acrescentada a lógica, uma maior objetividade e demonstração de fatos, concentrando-se no método científico e na observação.

Os naturalistas evitavam o sobrenatural, o simbolismo e a fantasia. Apesar de também expor o dia-a-dia de pessoas comuns, o naturalismo mostrava um lado mais sombrio da sociedade. Suas obras abordavam temas como a corrupção, pobreza, violência, prostituição e miséria.

O uso dessas temas sombrios fez com que os naturalistas fossem frequentemente criticados por serem muito pessimistas.

Dentre as principais características do Naturalismo estão o realismo exagerado, o uso de linguagem simples e regionalismos, a impessoalidade, o ser humano mostrado como animal, sensualismo e erotismo, e objetivismo científico.


O principal autor naturalista no Brasil é Aluísio Azevedo. O determinismo social predomina em sua obra, construída através de observação rigorosa do mundo físico e da zoomorfização das personagens. Aluísio é autor de O mulato, Casa de pensão e O cortiço, obras com acentuado caráter investigativo e cuidadosa análise de comportamentos sociais.

Embora o Naturalismo seja mais conhecido pela literatura, sendo visto como um movimento literário, ele também se manifestou na pintura e no teatro. Vamos analisá-lo de acordo com alguns exemplos de obras literárias publicadas, mas vale ressaltar que as características eram praticamente as mesmas em todas as artes.

O Naturalismo teve início na França, oficialmente no ano de 1870, como uma ramificação do Realismo de uma forma mais radical, podemos dizer. O livro que é considerado como marco inicial desse movimento artístico é “Germinal”, de Émile Zola. Essa obra é focada nas condições de vida degradantes dos trabalhadores franceses das minas de carvão do século XIX.

A base sobre a qual o Naturalismo se desenvolve é a observação fiel da realidade, sobretudo no que diz respeito ao comportamento do homem como ser humano, psicológico e social. O indivíduo é retratado praticamente como um animal, dominado por seus instintos. Devido a isso, o movimento abordava muito a violência, agressividade e o erotismo, sendo, portanto, um choque para a sociedade conservadora da época.

Lembra que dissemos no início que a arte reflete o contexto social em que está inserida? Com o Naturalismo, não foi diferente, ele coincide justamente com um período em que os estudos na área de Biologia, Psicologia e Sociologia eram uma grande tendência. É também no século XIX que começam a surgir novas concepções a respeito do ser humano e da vida. Tudo isso é claramente perceptível no romance naturalista.

As principais características desse movimento são as seguintes:

• Cientificismo marcante e, muitas vezes, exagerado, colocando o homem e a própria sociedade como um todo na posição de objetos passíveis de experimentação;

• O sexo começa a ser explorado na literatura como instinto humano;

Linguagem extremamente simples, sem rebuscamento ou recursos que dessem margem a múltiplas interpretações. É direta, objetiva e que prioriza o coloquialismo;

• Temas polêmicos são retratados, como o adultério, homossexualidade, desejos sexuais, problemas sociais, miséria e outros;

• O ser humano é um produto do meio em que vive e das suas características biológicas. É o chamado Determinismo Social e Biológico, segundo o qual, uma pessoa é condicionada por esses fatores e não pode fugir disso;

• Influência do Evolucionismo de Darwin e do Positivismo de Comte;

• Descrições muito minuciosas das pessoas e dos ambientes;

• A denúncia de problemas sociais era uma forma de expressar o desejo de reformar a sociedade.

 

Aqui em nosso país, o movimento em questão chegou alguns anos depois. O marco inicial do nosso Naturalismo foi a publicação do livro O Mulato, de Aluísio Azevedo, no ano de 1881. Vale lembrar que aqui também o Naturalismo e o Realismo se desenvolveram juntos, e ainda dividiram espaço com o Parnasianismo, focado na beleza e na poesia.

Mas focando no Naturalismo, os escritores que fizeram parte dessa escola no Brasil buscaram retratar a realidade local, analisando a vida nos cortiços, a discriminação racial e outros problemas sociais que estavam “fervendo” na época. Embora esses fossem os panoramas gerais das obras, havia uma tendência em focar mais na alma do ser humano e em seu comportamento falho, por isso, é muito difícil encontrar livros que mencionem questões importantes do período, como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República.

O livro O Mulato, primeiro romance naturalista brasileiro, fala sobre um relacionamento homossexual entre dos marinheiros, mas também sobre a traição e sobre as condições de vida e de trabalho precárias a que eram submetidos os trabalhadores do navio. A obra foi um choque.

Aluísio Azevedo tem outra publicação extremamente conhecida: O Cortiço, que se passa nesse tipo de habitação e mostra, de forma primorosa, como o meio era capaz de influenciar as pessoas que viviam nele. Muitos personagens vão se moldando no decorrer da história por causa da sua interação com o cortiço. Aliás, esse é um dos melhores livros para quem quer entender como pensavam os escritores naturalistas.

Além de Aluísio Azevedo, outros nomes brasileiros foram importantes para esse movimento: Adolfo Caminha, Inglês de Souza, Rodolfo Teófilo, Emília Bandeira de Melo, Carneiro Vilela, Manoel Arão, Júlio Ribeiro e outros.

 

 




Como usar a folha de papel almaço em 1 minuto!





KAHOOT








Comentários